segunda-feira, 29 de junho de 2009

It simply works this way

Until now, I should say, I'll never be able to explain how and why I do feel so peace-minded when I find myself bent over my own in the corner between my room and the bathroom, on these leather boots, listening to Passive Agressive by Placebo.

Cirurgia - 26/06

Passei a noite de quinta-feira passada em branco, para que estivesse disposto na madrugada de sexta-feira e não me atrasasse ao estar no hospital com minha mãe às 6:00 da manhã. A cirurgia foi marcada na verdade para as 7:00, mas até que chegássemos lá, verificássemos todos os documentos, me sedassem, e não nos atrasássemos, precisaríamos de no mínimo uma hora de antecedência. Pois bem, o processo de verificação de documentos demorou por volta de meia hora, o que permitiu com que minha mãe começasse a me contar diversos casos de seus tempos de faculdade e não terminasse nenhum. Um enfermeiro me levou até uma salinha ao fim de um longo corredor, lá despi-me, vesti um avental com um roupão por cima e fui levado até uma outra sala, esta própria para cirurgia. Deitei-me numa maca e uma enfermeira negra, muito simpática, veio furar meu braço com um catéter. Ela errou o furo, que doeu muito, e teve que chamar outra enfermeira para furar denovo. Depois veio a anestesista que aplicou a anestesia em mim. Não lembro de mais nada. Acordei suavemente e logo percebi que estava em outro recinto. Procurei alguma dor ou encômodo, para checar se já haviam realisado a cirurgia, e encontrei. Minha garganta doía muito, estava cheia de sangue, e por mais que eu quisesse cuspí-lo, não conseguia, pois meus nervos vibravam a qualquer movimento que eu pensasse em fazer. Passei esse período todo meio fora de si, o tempo passava muito rápido. Enfermeiros vinham o tempo todo me medicar. Ouvi várias vezes um paciente ao meu lado gemendo de dor, e os enfermeiros dizendo que não podiam fazer mais nada, pois já haviam administrado morfina nele. Dormi bastante. Um enfermeiro trouxe-me uma gelatina e um suco para beber, hesitei a primeiro instante, mas acabei comendo os dois. Doeu muito. Mais tarde fui levado a uma outra sala e lá dormi, creio eu, que por várias horas. Acordei com minha mãe me acariciando. Tentei falar com ela, mas minha boca simplismente não respondia, portanto virei-me e dormi denovo. Eu sentia muito, muito sono. Ao meu lado estava um bebê que havia operado algo do coração, acho, com sua mãe. Eles falavam o tempo todo. No fim do dia levei alta. Eu e minha mãe passamos na farmácia e compramos vários remédios prescritos pelo médico, e então fomo para casa. Em casa tomei uma sopa, os vários remédios e dormi. Passei o sábado, o domingo e a segunda basicamente dormindo, tomando remédio, sentindo dor e às vezes mechendo no computador ou estudando. O que mais me surpreendeu neste processo todo foi que meu sonhos foram todos muito reais e consistentes, palpáveis, porém nada muito significativos. E foi assim que eu deixei de ter amígdalas.