sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Considerações de fim-de-ano

Pensei em alguma forma de justificar esse ato clichê de se tecer uma retrospectiva do ano citando algumas coisas que minha amiga Ágata me disse uma vez sobre "ritos", e tal, mas vou me poupar. Fiz isso já alguns anos atrás nesse blog, sempre foi legal reler e por que eu haveria de não fazer o mesmo esse ano, né? Pois vamos lá.

Esse foi, certamente, o ano mais "diferente" que eu tive até hoje. Muitas reviravoltas, claro; mudei de cidade, comecei a fazer faculdade, precisa de mais? Viajei pelo estado inteirinho (até pra fora dele), conheci um mundo de gente nova, tirei todas as minhas virgindades que ainda restavam (no bom e no mal sentido, é, get over it), lidei com coisas para as quais ainda não estava preparado, me surpreendi, me superei, aprendi, desaprendi, me orgulhei, desorgulhei, ME desorgulhei, acreditei (e não desacreditei, ainda), apanhei, bati, disse, desdisse, comprei, vendi e peguei DP em quatro matérias.

Porém, se há uma palavra que possa definir esse ano, é a saudade. Não há dúvidas. Dos meus amigos, da minha cidade, da minha cama, do meu banheiro, da minha tv, do meu amor... É como se eu tivesse passado por uma peneira tudo que eu vivi anteriormente. As coisas ruins "perderam" a expressividade ou simplesmente "desapareceram" da memória, enquanto as boas passaram a brilhar ainda mais enquanto MUITAS foram relembradas por completo. Sei lá, é coisa de mais. E essa "clarificação" das coisas boas do meu passado, que realmente "lingered" no meu coração, me fizeram revolucionar em muito meus valores.

E agora posso dizer o óbvio com toda certeza do mundo: SIM, eu não sou uma pessoa cartesiana. Não sou. Fato tal que afetou drasticamente minha vida universitária. Pois é, vou largar a engenharia. Não que eu não acredite no curso, não que eu não tenha gostado, e tal, mas a questão que pega é a seguinte: qual meu objetivo na vida? Ser feliz, não é? Eu serei feliz tendo de estudar cálculo 1, 2, 3, física 1, 2, geometria analítia, cálculo numérico computacional e mais o raio que o parta? NÃO! É uma questão de maturidade, viu. Beleza, foi difícil passar no curso, foi difícil a mudança pra Assis, o processo de adaptação foi dispendioso e tudo mais, só que retomando: é uma questão de maturidade. Não nasci pra ser engenheiro, nasci, primeiramente, pra ser FELIZ. E portanto decidi tentar a bendita transferência pro curso de ciências biológicas. Os planos são os seguintes:

1° - Conseguir transferir da engenharia pra biologia no campus de Assis (que é o único da UNESP que aceita esse fluxo; droga. E que vai ser complicado de se por na prática, pois terei de entregar uma pá de documentos tipo pra JÁ, enfim. PAVOR de burocracia).

2° - Virar aluno fatorial da biologia, cursando matérias do primeiro e segundo ano da bio, né, fechando as minhas lacunas (as matérias que não tive na engenharia), e me matar de revisar genética (que tive no segundo semestre desse ano) e de aprender bioquímica (são as matérias que caem nas provas de transferência, além de português e inglês).

3° - Tentar transferência externa pra qualquer outra faculdade pública mais perto de Ribeirão. Fui pra Assis (leia-se: fim do mundo) só porque lá tinha o melhor curso de biotecnologia do Brasil. Compreensível. But, Assis não tem o melhor curso de BIOLOGIA do Brasil, então por que raios vou continuar lá?

4° - Tentar, também, no fim do ano, transferência pra biologia da UNESP de Rio Claro.

E são estes meus planos pra 2011. Claro, pretendo continuar o mandarim (se a professora permitir), tentar uma vaga no francês, etc. Me encontrar, manter e fortalecer os laços com as pessoas que amo... Amar, claro. Conhecer novas pessoas, ter novas experiências. Tô ficando melancólico, já *engole*.

Uma questão muito forte esse ano foi o amor (não na forma prática mas sim metalinguística, e é só ler meus últimos posts pra constatar). Só esse ano eu pude ver e entender quão heterogênea é a "prática do amor". As pessoas amam diferente, isso é fato, mas algumas formas de se amar são MUITO diferentes, o que me faz questionar o que define o amor e o diferencia das paixões, das amizades, dos vícios... A experiência que tive foi a seguinte: não importa o que eu fizesse, mesmo que eu fosse pra longe, não pensasse mais, me "apaixonasse", ESQUECESSE, era batata, mais cedo ou mais tarde, de uma forma ou de outra, nem que EM SONHO, o sentimento vinha à minha porta, esmurrava ela e berrava "HEEEEEY, EU AINDA TÔ AQUI! TÃO FORTE QUANTO NUNCA! TOLO VOCÊ POR TER PENSADO QUE EU UM DIA EU PARTIRIA". Até que decidi deixar de "lutar contra" e tentar aprender a lidar. Tô nessa, ainda...

É uma mistura de fé, fé cega, desfoque, desesperança, meia-esperança, drama e cansaço. Mas tá tudo relativamente bom, encaminhado, e tenho ainda uma porrada (uma PORRADA *ênfase*) de motivos pra continuar. (A quem ler, não interprete o que eu disse como de caráter suicida, não há por onde)

Feliz 2011!

sábado, 30 de outubro de 2010

Einen Toast für die Schönheit des Moments ~

Eu sei que "quanto mais triste mais bonito soa", mas respeitemos os limites da carne. Um amigo disse que pensar faz mal. Pensar faz mal? Acho que tem mais a ver com não conjugar demais ao futuro quando se tem todo o presente aqui, agora, enfim...

Cantar com o peito rasgando de emoção "mais, peut-être, un beau jour voudras tu retrouver avec moi le paradis perdu" não faz o menor sentido, no fim das contas.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

It had more worth than any living thing on Earth ~

Às vezes lembro-me dele na frente da casa da sua avó comigo, todo suado de tanto pedalar, cantarolando enquanto pega a chave em seu bolso para abrir a porta. Vi essa cena várias vezes. Ele cantarolava:

"Suki na koto ga aru to iu nara, sore de juubun"

Uma vez perguntei o que significava, e ele disse: "mas se há o que se chamar de amor, isso já basta".

O ímpeto é de ir para bem longe. A memória atenta contra a vida. Às vezes sinto como se estivesse longe de mim mesmo, tivesse me esquecido em algum canto. Esses dias tenho tentado me consolar com o que me disseram, eu li, eu disse pra Lê e digo aqui, também: a vida não passa de um sonho.

"eu corro, fujo desta sombra
em sonho vejo este passado,
e na parede do meu quarto
ainda está o seu retrato
não quero ver pra não lembrar,
pensei até em me mudar
lugar qualquer que não exista
o pensamento em você..."


Ontem eu vi um filme em que diziam algo como: "existem apenas dois tipos de sofredores do mundo - aqueles que sofrem por carência de vida e aqueles que sofrem por excesso de vida".

Uma amiga minha perdeu esses dias um garoto que sei bem eu o quanto ela amava. Ele sofreu um acidente. Eu lhe disse várias vezes que o dia em que ele fosse embora, eu iria junto. Parece infantilidade dizer isso, mas caio em uma questão velha, "what makes life worth living?". Eu iria junto dele, sim... Eu iria sem pestanejar. É isso que faz da minha vida worth living, o fato de que se ele fosse embora, eu iria junto.

Eu sei que o meu maior erro é não saber lidar. Não saber amar. Uma coisa é amar, outra é saber amar. Muita gente ama e não sabe amar, e por isso ama errado e sofre. No meu caso, quer morrer.

O amor é a simples alegria pela existência do outro.

domingo, 26 de setembro de 2010

Dog

Como pode caber tanto carinho por alguém que a cada beijo te devolve três chutes? Como pode ser possível tal confiança em alguém que já atentou contra sua vida, sua moral e seu amor? Eu não sei de nada.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

8 ou 80

Eu tenho, sim, vários motívos para almejar um único par amoroso para todo o resto da minha vida, mesmo conhecendo tantas teorias que põem essa "necessidade" a nível do ridículo. Vamos lá:

-

Não vou conseguir listar os motivos (e faço questão de registrar minha tentativa). Acho que é uma questão quase que de saúde, de praticidade e que diz respeito à minha natureza. Eu não consigo fazer a maioria das coisas pela metade, ou eu faço e dou TUDO de mim e vivo a experiência de corpo e alma, ou nem faço e vivo eternamente amargurado a respeito. E eu quero ter filho(s), também. Eu quero uma companhia fiel e quase invariavelmente agradável. Eu quero poder transar sempre e sem o risco de pegar doenças, e quero sempre poder dar meu carinho e recebê-lo da mesma forma. E mais, eu quero dividir a minha história, quero ser e ter testemunha. Ai, meu, sei lá, é começar a listar que eu sinto como se os motivos se contradizessem. Sabe a que conclusão que sempre chego? Não que seja uma conclusão, mas eu sinto uma fortíssima inclinação de me render ao "8" e não ao "80".

sábado, 4 de setembro de 2010

Der größter Stolz

Eles fazem o que querem quando bem querem comigo, sempre. Ou simplesmente não fazem nada, isso também conta. E por mais que eu me debata por dentro, o olhar é de complacência, invariavelmente. Onde eu pretendo chegar agindo assim eu não sei, tanto quanto não consigo ver lógica em agir diferente.

Não quero mais, pelo menos por esses instantes.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Então...

Aliás, quão puras são minhas intensões, né?

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Curriculum

Ser o único a aceitar te acompanhar até o ponto de ônibus, todos saberem disso e ser reconhecido. Ter a ti guardando lugar para mim ao teu lado todos os dias de manhã.

Ser levando para lá e para cá. Ser buscado na saída da escola com segundas intenções e tudo perfeitamente arquitetado. Passar a tarde na piscina e na sauna, juntos. Ouvir álbuns inteirinhos no carro vezes e mais vezes ao longo dos dias.

Ficar juntos horas e horas debaixo do chuveiro, conversando; beber a água que escorre do seu pescoço. Ir ao supermercado, comprar com o dinheiro do ônibus qualquer (o mais barato) quitute pra fazer um baquete para nós. Ir do Jardim Paulista até o centro juntos em uma única bicicleta. Dormir e ver dormir. Ter certeza e ao olhar nos olhos ter mais ainda. Ter a boca fatigada de tanto pronunciar seu nome. Andar quilômetros ao seu lado, no Sol. Descobrir que Ribeirão Preto e São Paulo são muito maiores do que pensava. Ligar anoitinha do fixo, escondido, enfiado atrás da cama e sussurrar. Ter ciuminho e nenhum pudor de demonstrá-lo. Ouvir faixas da Cássia Eller que nunca sequer ouvi falar. Ouvir samba e mentir que não gosto. Ganhar bolos de todos os sabores de presente. Ganhar desenhos de presente. Pertencer. Ver caixas e mais caixas de fotos. Ficar preso no quarto até horários indeterminados. Usar Cranberries pra abafar os barulhos do nosso amor. Esquentar seu tersol com colher de prata, tomando cuidado para não encostá-la no teu olho e te cegar. Adotar gatos de rua e ficar dias pra decidir seus nomes. Discutir a tarde toda sobre a verdade absoluta. Beber pinga, nos embebedar sozinhos. Dançar. Não usar internet. Não usar celular. Frequentar sex shops. Fazer compras pra passar a noite no motel. Poder te abrigar com meu corpo. Ir a eventos de anime. Cantar na chuva, na rua. Molhar tua camiseta com minhas lágrimas.

Chorar vendo o dvd que me emprestou pelo simples fato de me o ter emprestado. Tomar banho e beber a água que escorre do seu pescoço, também. Ver ternura nas nossas diferenças. Ser protegido. Olhar bem e guardar a anatomia da mão de cada um. Fazer massagem nas mãos por horas.

Sonhar tanto. Ver uma promessa antiguíssima se cumprir. Prometer sexo e não cumprir. Atribuir músicas. Atribuir pessoas. Medir tanto as palavras e evitar a todo custo dizê-las com a boca (...)

domingo, 15 de agosto de 2010

Domingo dia 15

O que me seria bom fazer? O que de fato faz bem pra mim? Qual minha vontade? O que eu preciso? O que me tá faltando?

acho que um pouco mais de sinceridade, transparência; ou perspicácia.

sábado, 7 de agosto de 2010

Sequenciando

Dá pra acreditar que o primeiro semestre da faculdade já acabou e que o segundo já mais que começou?

Dá, sim. O fim do semestre passado foi traumatizante, vou dizer. As provas acabaram comigo. Ok, eu aproveitei MUITO, saí bastante, dei altos petês, pouco me lixei pra faculdade e tomei o que me era merecido; perfeito! Daí nas férias fui para Ribeirão Preto e em suma tudo foi muito bom. Nas primeiras semana eu viajei para Itanhaém com minha mãe e meu irmão. Vi minha avó, minha bisavó, parentes, etc, mas eu estava tão indisposto aqueles dias que quase não aproveitei nada. Beleza. De volta a Ribeirão, o que mais fiz foi passear no centro com o Milz e ir no bendito Penélope. Fui no Tanabata como fiz nos últimos, sei lá, 4 anos atrás, e foi o menos divertido. Tudo bem que vi todo mundo que eu estava morrendo de saudade, mas foi tudo tão normal, tão "como sempre foi". Terá sido infantilidade minha esperar que de alguma forma algo mudasse, ou quiçá esperar que algo tivesse de mudar? Afinal de contas, eu não era infeliz com as coisas como eram. Vai entender...

Aconteceram outras coisas nessas férias que foram muito especiais pra mim. Pra mim. Deram o teor geral ao mês de julho. Aprendi a ter mais "fé" na vida. Entendi melhor o sentido da reciclagem/renovação de enegias e visualizei com mais clareza o fluxo infinito das coisas. Nada morre, tudo muda. Sendo redundante, porém parafraseando Lavoisier, "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Mas isso até que não resolve muita coisa. Há, nesse caso, o fator tempo que age de forma irregular e que fode tudo na revisão da maioria das minhas suposições. Mas para quê chegar a uma conclusão se é a imprevisibilidade da vida que mais motiva a vivê-la, não é mesmo?

Quando voltei a Assis senti-me muito motivado com tudo. Tava tudo diferente. As pessoas já se conheciam, eu já sentia saudade de lá, e nada mais me era estranho. Eu já pertencia àquele lugar. As matérias melhoraram, os professores mudaram, enfim. Comecei a fazer cursos de línguas e estou adorando. Também me mudei de casa. Fui morar com um cara de psico e outro de história. A casa é bastante deteriorada, velha e tudo mais, mas a sensação de "liberdade" e "acolhimento" que sinto lá é incomparavelmente maior do que a que sentia na minha ex casa. Sem falar que o aluguel é menos que a metade. Os meninos compartilham do mesmo gosto artístico que eu, muito do ideológico e um deles até da mesma orientação sexual. Só vantagem!

Vê? Estou com ótimos amigos, ótimas perspectivas para o futuro, estabilidade financeira, suprimi muitas das minhas carências emocionais (etc), e acho que agora a única coisa que me falta, falando na maior sinceridade, é sexo todo dia. Beijos.

domingo, 4 de julho de 2010

vinefreitasc Não sei... como disse Clarice: "Vamos ver se eu renasço. Por enquanto eu estou morto."
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vinefreitasc Como se um dia eu tivesse estado no ápice e agora o que vem não é e nem há de ser que declínio
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vinefreitasc Ele disse que eu sou uma pessoa muito saudosista, que eu vivo meu presente focando demais meu passado
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vinefreitasc Uma vez quando eu tava muito mais pra lá do que pra cá pedi para um amigo meu que faz psico me analizar

terça-feira, 27 de abril de 2010

Somewhere else

Passei no vestibular, vim para Assis, conhecí pessoas maravilhosas, vivenciei de tudo e mais um pouco e tenho sido feliz. O "novo" me saúda todas as manhãs e me beija e me cobre todas as noites na hora de dormir. Vide outra analogia: a vida mudou de pele completamente, como uma serpente. Não que ela nunca o tivesse feito, mas desta vez o processo todo foi tão veloz, de forma a depositar a pele morta tão a cerca de mim, que me permite visitá-la vez ou outra. Uma vez por mês. E essas minhas visitas exaltam ainda mais as diferenças entre o hoje e o ontem, já que posso compará-los lado a lado. E quanto à saudade, bom, com certeza, vira e mexe ela lembra que existe e me retalha o coração. Mas é pouquinha, viu? Não que eu esteja aliviado por não viver mais o que outrora viví, e sim que reconheço que muito do que passou, passou, e não poderia ter sido melhor do que foi caso não tivesse passado. Ressalvo que, infelizmente, apesar de em teoria tudo na vida seguir essa lógica, nem tudo PARECE fazer o mesmo. E são tais como navalhas, essas pouquíssimas exceções.

Falemos de coisas boas. Os prazeres que tenho sentido, pois bem, são em maioria de todos os tipo EXCETO daqueles que estava habituado a sentir. É verdade! Aqui em Assis eu tenho minha casa, que na verdade é uma kitnet "avantajada", digamos, com dois quartos, uma cozinha, um quintalzinho e um banheirinho. Eu adoro o lugar onde fica o lugar que moro, é privilegiadíssimo! Eu moro com um garoto evangélico que faz história. Não, morar com ele não me aborrece muito. Se há algo que a presença dele lá traz de negativo, é a descaracterização da casa em relação a mim e as carnes que ele compra que entopem a minha geladeira. De resto é só alegria.

Aqui em Assis também tem muita gente que me faz bem, muito ambiente que me faz bem. A vontade que sinto, às vezes, é de arrastar pra cá todo mundo que eu sinto falta de Ribeirão Preto e então minha vida estaria PERFEITA. Seria um capricho e tanto, eu sei. Anyways, como toda grande mudança, problemas com adaptações e tudo mais de fato vêm a tona, mas vai ficar tudo bem. Tá tudo cicatrizando (abranger seus conceitos sobre cicatrização neste contexto, por gentileza). Tudinho. Sinto como se meu sistema imunológico espiritual tivesse levado uma guinada homérica desde que vim pra cá. Tudo começou a sarar, até o que eu já havia esquecido que doía, que era ferida.

Tem uma certa melancolia implícita nesse texto, mas eu gostaria que ficasse em ressalva que tenho estado bem feliz, de verdade. Isso tudo é fruto, e a época é de colheita.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Stalker

Que se cumpra o idealizado. Que acreditem. Que riam das suas paixões. Porque o que consideram paixão, na realidade, não é energia espiritual, mas apenas fricção entre a alma e o mundo externo. O mais importante é que acreditem neles próprios, e se tornem indefesos como crianças, porque a fraqueza é grande, enquanto a força é nada. Quando o homem nasce é fraco e flexível. Quando morre é impassível e duro. Quando uma árvore cresce é tenra e flexível. Quando se torna seca e dura, ela morre. A dureza e a força são atributos da morte. Flexibilidade e fraqueza são a frescura do ser. Por isso, quem endurece, nunca vencerá.

Stalker

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

-abafando Des

Odeio escrever em blog. Acho blog útil para desabafar, e tal, mas todo desabafo só é realmente válido quando é ouvido, o que não acontece no meu blog. Verdade é que só sinto vontade de escrever aqui quando leio blogs alheios. Engraçado que, em maioria, os autores sempre escrevem coisas do tipo "já que sou o único que vem aqui...", e eu paro e penso: será que alguém lê o meu? Tipo... não que eu ache que tenha muito o que se ler aqui, mas eu realmente me pergunto. Mas eu sei que não, sei mesmo. E me é indiferente, também. Fato é que vira e meche tô lendo o blog de alguém sem que a pessoa saiba. Não sei pra quê, também, já que nunca descubro algo de importante sobre as pessoas. Elas apenas fingem pensar que ninguém lê seus blogs, e por isso jamais se expessam integralmente. Eu não tenho esse problema.

2009 acabou, passou rápido como 2007, mas não como 2008. 2008 foi um ano quente, húmido, altamente contrutivo tal como destrutivo. 2009 foi o tipo de ano onde a tormenta cessa e a poeira começa a baixar e a compor o novo cenário -que em suma parece bastante belo-, até então. Não mais postarei tentativas frustradas de redações não-corrigidas aqui, espero. Tô na eminência do maior fracasso -ou sucesso- da minha vida até hoje. É, vestibular. Eu tô com fé, tô confiante, mas tô morrendo de medo de quebrar a cara. Eu não gostaria MESMO de fazer cursinho, e me mudar pra Assis seria maravilhoso, seria uma revolução na minha vida, mas como nada de muito radical e extremamente positivo me acontece de uma só vez, apenas em doses homeopáticas, eu mantenho um pé e meio atrás a respeito disso tudo.

Passei a virada do ano plenamente realizado. Consegui muito mais do que esperava esse ano, mesmo, mesmo. Mas bastou passarem umas 4 horinhas para que dois, apenas dois castelinhos desmoronassem. Eram dos mais altos e preciosos, é claro. Daí, hoje há pouco, saí pra conversar com o Milz, e ele me disse algo que coube perfeitamente nesse contexto e que se resume da seguinte forma: em situações onde a vida de outrém interfere na tua por sua maneira de ser, jamais ouse modelar a vida do outro, jamais. Ninguém muda a vida de outra pessoa por vontade exclusivamente sua. Em situações como essa o que resta a fazer é destruir os elos nocivos, apenas. Tentar concertá-los é sinônimo de perda de tempo e vitalidade, mais nada. Nada. E tenho sentido na própria pele, portanto assino ao lado.

Eu gostaria de viajar e segunda-feira começarei a frequentar a academia do bairro. Talvez eu viaje pra praia... quem sabe para Rio de Janeiro ou Ubatuba? Tudo dependerá da boa vontade da minha mãe. E do pouco dinheiro que jaz num potinho que meu pai usa pra guardar todo troco e moedas de um real que obteve ao longo do ano. Já roubei tanto dinheiro desse pote que temo ser minha culpa ele estar tão vazio. Mas não é hora de se culpar, o que está feito, está feito. E não foi por mal.

Tem um enchame de pernilongos debaixo da mesa me comendo as pernas; vou assistir seriados e tentar dormir.