quarta-feira, 13 de outubro de 2010

It had more worth than any living thing on Earth ~

Às vezes lembro-me dele na frente da casa da sua avó comigo, todo suado de tanto pedalar, cantarolando enquanto pega a chave em seu bolso para abrir a porta. Vi essa cena várias vezes. Ele cantarolava:

"Suki na koto ga aru to iu nara, sore de juubun"

Uma vez perguntei o que significava, e ele disse: "mas se há o que se chamar de amor, isso já basta".

O ímpeto é de ir para bem longe. A memória atenta contra a vida. Às vezes sinto como se estivesse longe de mim mesmo, tivesse me esquecido em algum canto. Esses dias tenho tentado me consolar com o que me disseram, eu li, eu disse pra Lê e digo aqui, também: a vida não passa de um sonho.

"eu corro, fujo desta sombra
em sonho vejo este passado,
e na parede do meu quarto
ainda está o seu retrato
não quero ver pra não lembrar,
pensei até em me mudar
lugar qualquer que não exista
o pensamento em você..."


Ontem eu vi um filme em que diziam algo como: "existem apenas dois tipos de sofredores do mundo - aqueles que sofrem por carência de vida e aqueles que sofrem por excesso de vida".

Uma amiga minha perdeu esses dias um garoto que sei bem eu o quanto ela amava. Ele sofreu um acidente. Eu lhe disse várias vezes que o dia em que ele fosse embora, eu iria junto. Parece infantilidade dizer isso, mas caio em uma questão velha, "what makes life worth living?". Eu iria junto dele, sim... Eu iria sem pestanejar. É isso que faz da minha vida worth living, o fato de que se ele fosse embora, eu iria junto.

Eu sei que o meu maior erro é não saber lidar. Não saber amar. Uma coisa é amar, outra é saber amar. Muita gente ama e não sabe amar, e por isso ama errado e sofre. No meu caso, quer morrer.

O amor é a simples alegria pela existência do outro.

Nenhum comentário: