quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Delikatessen

Hoje na aula fiz 2 poeminhas pensando em meus pais; um para cada um, é claro. Aí vão:

À mon père

Corre, pequeno merecedor.
Deixe que suas lágrimas,
tão densas e viris,
por fim escorram.
Estende teu peito nu ao Sol,
que por gozo nenhum jamais arfou.
Corre nessa praia ensolarada
em direção àquilo que sempre lutou
e, finalmente, pequeno merecedor,
tropece esvaído, gordo e querido
nessa areia quente
e morre, satisfeito, sobre teu mérito.

À ma mère

A primavera brotou
da terra úmida e morna,
cercada por musgos aveludados
e abutres albinos.
Cortavam-lhe as pétalas
rosa salmão, translúcidas
e se quer assistiam as suas delicadezas;
suas raíses tão profundas em si.
A primavera que não dava frutos
viu seus dois, um vingar torto
e o outro florescer azul.
A primavera secou e queimou.

Um comentário:

F e e H disse...

Oii, Viine!!!!!

amei seu blog, e amei essa postagem... Entendo bem o que vc quer dizer com as palavras, até por que vc já me falou da situação entre vc e sua familia...
Abrs Cara, Show. ;*