terça-feira, 27 de abril de 2010

Somewhere else

Passei no vestibular, vim para Assis, conhecí pessoas maravilhosas, vivenciei de tudo e mais um pouco e tenho sido feliz. O "novo" me saúda todas as manhãs e me beija e me cobre todas as noites na hora de dormir. Vide outra analogia: a vida mudou de pele completamente, como uma serpente. Não que ela nunca o tivesse feito, mas desta vez o processo todo foi tão veloz, de forma a depositar a pele morta tão a cerca de mim, que me permite visitá-la vez ou outra. Uma vez por mês. E essas minhas visitas exaltam ainda mais as diferenças entre o hoje e o ontem, já que posso compará-los lado a lado. E quanto à saudade, bom, com certeza, vira e mexe ela lembra que existe e me retalha o coração. Mas é pouquinha, viu? Não que eu esteja aliviado por não viver mais o que outrora viví, e sim que reconheço que muito do que passou, passou, e não poderia ter sido melhor do que foi caso não tivesse passado. Ressalvo que, infelizmente, apesar de em teoria tudo na vida seguir essa lógica, nem tudo PARECE fazer o mesmo. E são tais como navalhas, essas pouquíssimas exceções.

Falemos de coisas boas. Os prazeres que tenho sentido, pois bem, são em maioria de todos os tipo EXCETO daqueles que estava habituado a sentir. É verdade! Aqui em Assis eu tenho minha casa, que na verdade é uma kitnet "avantajada", digamos, com dois quartos, uma cozinha, um quintalzinho e um banheirinho. Eu adoro o lugar onde fica o lugar que moro, é privilegiadíssimo! Eu moro com um garoto evangélico que faz história. Não, morar com ele não me aborrece muito. Se há algo que a presença dele lá traz de negativo, é a descaracterização da casa em relação a mim e as carnes que ele compra que entopem a minha geladeira. De resto é só alegria.

Aqui em Assis também tem muita gente que me faz bem, muito ambiente que me faz bem. A vontade que sinto, às vezes, é de arrastar pra cá todo mundo que eu sinto falta de Ribeirão Preto e então minha vida estaria PERFEITA. Seria um capricho e tanto, eu sei. Anyways, como toda grande mudança, problemas com adaptações e tudo mais de fato vêm a tona, mas vai ficar tudo bem. Tá tudo cicatrizando (abranger seus conceitos sobre cicatrização neste contexto, por gentileza). Tudinho. Sinto como se meu sistema imunológico espiritual tivesse levado uma guinada homérica desde que vim pra cá. Tudo começou a sarar, até o que eu já havia esquecido que doía, que era ferida.

Tem uma certa melancolia implícita nesse texto, mas eu gostaria que ficasse em ressalva que tenho estado bem feliz, de verdade. Isso tudo é fruto, e a época é de colheita.

Um comentário:

Milmilz Loveless disse...

Amig@, fico feliz em saber que você esta feliz (não que não soubesse ^^), e melhor ainda saber que você esquece das coisas tristes que te aflingian e que suas feridas lembradas e esquecidas estão pouco a pouco sarando...mas não posso deixar de ficar com um pouco de cíumes ao saber que outras pessoas estão tendo sua atenção só pra si Ò,Ó...gostaria de ter você aqui sempre, mas torço para o seu sucesso...te adorooooo. Kisses =**