domingo, 2 de agosto de 2009

Exemplo de como masturbo minha mente

Gostaria muito de saber no que consiste a paz de espírito, se é que ela existe e quem dirá se é, de fato, benéfica. Vejo-a, por hora, como um estado em que não se sente mais os obstáculos da vida, que de fato deixam de causar dano, e então pode-se seguir a trajetória do tempo sem turbulências. Mas, como é facilmente perceptível, quanto mais fluidamente se vive, mas rápido o tempo passa. Então não seriam os obstáculos da vida aquilo que nos freia, permitindo-nos desfrutar mais do tempo? Dessa forma, viver fluidamente não significa viver bem, ou seja, os obstáculos são, no fim das contas, benéficos e parte integral do mecanismo que a vida faz uso para movimentar-se ao longo da história.
Talvez o que não me permita entender o que é a paz de espírito seja o meu conceito de obstáculo, que agora me parece generalista demais. Devem existir aqueles obstáculos que nos freiam, que simplismente "fazem parte" e aqueles que causam dor sem ganho algum. Existe dor sem ganho algum? Até agora não noticiei vantagem alguma em sentir certas dores tão intensamente e por tanto tempo. Seria insensibilidade minha? E mesmo que seja, qual seria a vantagem de se ter vantagens se não se pode percebê-las? Há algum furo nisso tudo o qual hei de tentar encontrar.
Alguns definem a paz de espírito como a ausência de culpa. Faz sentido. Mas o que é a culpa? De acordo com filosofias por mim recentemente adotadas, a culpa anda lado a lado com o conceito de "pecado". Pecado, para algumas religiões, são proibições pré-estabelecidas e absolutamente inflexíveis que dizem por em jogo bens de valor inextimável, como o destino da própria alma após a morte, quando desrespeitadas. Um sujeito que desrespeita alguma dessas proibições comete um pecado. Ao meu ver, o pecado é o desrespeito às proibições que estabeleço em minha vida para assegurar minha saúde e minha PAZ DE ESPÍRITO; "rédeas" que imponho a mim mesmo. Para mim, são altamente flexíveis. Mas enfim, a culpa é o que se sente quando se comete um "pecado". Será mesmo a paz de espírito composta pela simples ausência de "pecados"? Parece difícil que seja tão simples assim.
Mas pode ser que eu esteja confundindo paz de espírito com felicidade... A paz de espírito é, provavelmente, apenas um requisito para que se possa ALCANÇAR outro estado superior de existência, mais conhecido como felicidade. Agora faz mais sentido; nas gradações ascendentes da existência, a felicidade vem depois da paz de espírito, e a paz de espírito só é alcançada quando não se sente culpa, e a culpa é relativa, pois deve ser usada de forma única por cada indivíduo como medida para que se evite agir autodestrutivamente. A culpa má empregada gera sofrimento de baixíssimo "valor", e consequentemente ocasiona no indivíduo agir autodestrutivamente, afastando-o da paz de espírito tal como da felicidade. Vejo aí um consenso.

2 comentários:

A. G. Castro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
A. G. Castro disse...

É estranho, sempre vi 'paz de espírito' como um daqueles ideais inatingíveis (assim como felicidade), é daquele tipo de coisa que você nunca terá, mas que apenas o fato de buscar por ele já traz em si um pouco do objetivo final, a partir do ponto que a busca prediz uma certa conduta para o determinado fim. Como gases ideais, eles não existem, não são reais, mas são uma boa base, um bom modelo, de como um gás deveria ser.